Imagine que alguém vai à sua casa e o convida para ir junto a uma festa. Esse alguém deixa claro no convite: “Sua presença é fundamental. Sua amizade verdadeira é o motivo de escolhê-lo. Passei o ano todo desejando tê-lo por perto. Passarei em sua casa numa limusine toda iluminada no horário descrito.”
Você fica muito feliz com o convite, mas se preocupa com o figurino. Então, o alguém envia o traje de gala e ainda pessoas para ajudá-lo com a arrumação. Isto o deixa mais tranquilo.
A sua expectativa cresce, até que chega a hora da grande festa. Seu amigo se aproxima na Limusine ao som de fogos de artifício e o chama para adentrá-la, com um largo sorriso no rosto. Você fica intrigado, pois depois de tanto tempo tentando entrar em contato e não havendo resposta, agora, subitamente, ele aparece tratando-o como um Rei!
Você pensa.
Todas aquelas honrarias o deixam inerte e agradecido por tanto amor demonstrado por esse alguém.
Chegando ao local da festa, existe um obstáculo para entrar. É então que o alguém lhe propõe que junte as mãos como um degrau para que ele possa saltar. Assim, prontamente você o faz.
Ele entra na festa e se esquece de buscá-lo. Em meio aos presentes, comidas e bebedeiras você até escuta comentarem seu nome, mas você está do lado de fora. Você vai embora se sentindo um trampolim, usado por um alguém premeditadamente. O convite, a limusine, a roupa, o sorriso eram apenas uma desculpa.
Muitos usam o tema Natal para convidar Jesus, honrá-lo e até se sacrificar por Jesus. No entanto, no final de tudo, Ele é a desculpa para satisfazer as vontades humanas. O que esses alguns querem são presentes, comida, exagerar e etc.
Até tentamos presentear a Cristo com atitudes bondosas parafraseando a Bíblia: “Presentes que derem aos meus pequeninos a mim destes”. Mas com que intenções fazemos? É para nos sentir melhores? Mitigarmos a dor de alguém, que tem pouco ou nada neste período? É para mostrar aos outros que nossa comunidade, grupo ou igreja trabalha em virtude dos desafortunados? (Talvez até nos desculpamos que fazemos propaganda para servir de exemplo) Ou será que queremos salvar a nossa alma com atitudes benévolas?
Desculpem-me, mas todos esses motivos são egoístas. Usamo-los como abono ou trampolim e deixamos Jesus de fora da nossa vida. Por que será que queremos que Ele participe de alguns momentos e outros não? O que está por trás da célebre frase: “Feliz Natal!”? Será que você quer a companhia de alguém? Deseja presente? Ah! é por quê, não é o que todos dizem?É a família unida? É a viajem dos sonhos? É o recesso do trabalho?
Pense por um instante em alguém lhe oferecer uma camisa de presente. Ele desembrulha e veste, mas diz que vai usar e fazer o que quiser. Apesar disso, o presente é seu. Não será isso que, às vezes, propomos a Jesus? Presenteamo-lO com nossa vida, mas fazemos o que queremos com ela.
Amigos a única coisa que podemos ofertar a Jesus é “nós mesmos”. Esse é o único presente livre de intenções, abnegado e verdadeiro. Presenteando a ele com nossa vida fazemo-lO participante de todos os momentos, deixamos que ele decida as questões pessoais, profissionais, espirituais e etc… Enfim, deixa que Ele seja o regente do nosso ser. Não apenas um pretexto à diversão, mas um motivo para alcançar a libertação do egoísmo.
Dida Aguiar